Investigação

Giovanna Antonelli disse adeus à vida comum.

Giovanna Antonelli disse adeus à vida comum.

Pablo Giovanni
postado em 28/04/2023 15:33 / atualizado em 28/04/2023 17:19
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres alegou que as senhas fornecidas pelo ex-ministro de Bolsonaro podem ter sido fornecidas de maneira equivocada por Torres por conta do estado de saúde dele.

A defesa de Torres apresentou “algumas alternativas” de senhas para que a Polícia Federal pudesse ter acesso a nuvem do celular e dos e-mails do ex-gestor da SSP. Os representantes informaram que, apesar de Torres fornecer as senhas, não foi verificado se elas eram válidas ou não. À PF, na manhã desta sexta-feira (28/4), comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que as senhas estavam incorretas.

"Ressalta-se ainda que, nos dias de hoje, é natural que os usuários não mais se preocupem em “decorar” senhas, já que a modernidade permite que os aparelhos armazenem as senhas, com a possibilidade de utilização do “face ID” ou mesmo de sua “digital” para fins de acesso a seus dados pessoais, o que representa mais um empecilho para a memorização de senhas", disse os advogados.

"À vista das informações prestadas pela psiquiatra da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, que dão conta da gravidade do quadro psíquico do requerente, e dos medicamentos que lhe foram (e estão sendo) ministrados, é possível que as senhas tenham sido fornecidas equivocadamente, dado o seu grau de comprometimento cognitivo", completou a defesa.

Por isso, a defesa afirmou que em decorrência do estado de saúde de Torres, com lapsos frequentes de memória e dificuldade cognitiva, a confirmação da validade das senhas, nesse momento, “revela-se sobremaneira dificultosa”. Para isso, a defesa sugeriu que Moraes expeça ofício à Apple e ao provedor “Uol” para que disponibilizem à PF a senha de todos os dados referentes à nuvem e e-mail de Torres. 

O ex-gestor está preso desde 14 de janeiro, por suposta omissão dolosa — quando há a intenção — nos atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Ele está detido no 4° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Guará. A defesa de Torres comunicou ao Correio que responderá aos questionamentos de Moraes dentro do prazo de 48 horas.

Saúde

A defesa do ex-secretário também requereu, na quarta-feira (26/4), a prisão domiciliar de Torres. De acordo com os representantes do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL-RJ), o HC ao Supremo Tribunal Federal (STF), há “imperiosa necessidade de preservação da vida, com a resposta urgente que a excepcionalidade do cargo exige”. No entanto, o pedido foi indeferido pelo ministro Luís Roberto Barroso, nesta sexta.

Os representantes de Torres alegam um laudo psiquiátrico realizado por um profissional da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Nesse exame, revelado pela colunista do Correio Ana Maria Campos, aponta que Anderson está extremamente deprimido, emagreceu mais de 10kg, e tem tomado medicação forte para se manter equilibrado.

O parecer aponta, inclusive, risco de suicídio, segundo integrantes da defesa do ex-ministro. Nesse período, ele tem recebido a visita apenas da esposa e dos advogados. Nesta terça (25/4), inclusive, Moraes rejeitou um pedido de visita do deputado bolsonaristas Capitão Augusto (PL-SP) a Torres. O ex-secretário também esclareceu aos advogados que não quer receber visitas de políticos.

Por conta do estado de saúde de Torres, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) decidiu não convocar o ex-secretário para depor. Além disso, Torres também não seria obrigado a comparecer.

 

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